quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O padrão de qualidade de Deus

Será mesmo que quando falamos a famosa frase: “o que importa é qualidade e não quantidade” isso não seja só mais uma desculpa para esconder o nosso comodismo e indisposição para o trabalho em relação as vidas que exigirão de nós mais trabalho?Jesus ordenou sobre a grande comissão:

Ide por todo o mundo e pregai o evangelho A TODA criatura...” (Mc 16.15)

Veja que não há distinção, nesta ordem estão incluídos, os bons e frutíferos(que todo mundo quer), os “ruins”(se é que existe alguém ruim pra Deus), os flexiveis e os duros, os dispostos e os indispostos, o disciplinado e o rebelde, e por aí vai...A qualidade que tanto falamos em detrimento da quantidade é mesmo uma qualidade nos padrões de Deus, ou no fundo, no fundo, não é o nosso padrão?Qualidade da qual tanto falamos não seriam, na verdade, aqueles que são úteis para nossos planos pessoais, em função dos resultados que temos que apresentar para nossos líderes? Jesus nunca fez acepção de pessoas, mas nós, em nosso falso padrão de qualidade, fazemos.Ele disse:

Vinde a mim TODOS vós que estais...”(Mt 11.28)

Será que os oprimidos, cansados e sobrecacarregados, que na maioria das vezes, são pessoas que precisam de uma atenção muito grande, e que a princípio não geram “resultados”, seriam pessoas que nós nos atentaríamos?Ou será que eles não entrariam em nossos “padrões de qualidade”?Será que a classe descrita em Mt 11 não seriam a quantidade que Deus quer?

Pessoas como o jovem rico(Mc 10), Nicodemos(Jo 3), Natanel(Jo 1) certamente entrariam em nossas equipes, mas não entraram na de Jesus, isso porque o discípulos “ jovens ricos “só permanecem até o momento em que suas riquezas não são mexidas, os “Nicodemos” só buscam à noite, pois durante o dia não se expõem, e os “Natanaeis” duvidam quando a glória se manifesta nas coisas simples.

Qualquer padrão de qualidade diferente do de Deus sempre será baixo, mesmo diante das “conquistas” mais excelentes aos olhos dos homens.Selecionamos pessoas que achamos mais propensas ao crescimento e nos esquecemos das outras.Qualidade, não seria, nos padrões de Deus, salvação dessas pessoas, enquanto para nós seria o quão útéis essas pessoas seriam em nossos projetos pessoais?Não estou falando de não termos pessoas capacitadas e qualificadas em nossas equipes, pelo contrário, devemos ter, elas são importantes e essenciais.; A questão aqui é se não estamos nos atentando só para esses e esquecemos do cuidados com os outros.Uma excelente equipe é essencial, mas não esqueçamos dos demais.

Sejamos sinceros com o Senhor, vamor pedir perdão por nossa hipocrisia disfarçada de qualidade e comecemos então a se importar com as vidas, por aquilo que elas representam para o Senhor, e não baseados em nossas próprias expectativas.

Quantidade importa sim, importa para o Senhor, importa a quantidade de feridos, perdidos, sobrecarregados e tantos outros que o aceitarão e serão salvos, importa sim , porque foi pra essa quantidade que ele morreu.Importa mesmo elas não tendo nada a oferecer a mim e a você, afinal de contas, quem está exigindo algo delas?Jesus, ou seremos nós?A única coisa que Jesus pediu a elas foi que se entregassem a ele.Ele não exigiu frutos delas para serem aceitas em sua “equipe”, nós é que muitas vezes exigimos, e isso acontece porque não entendemos é que elas é que são os frutos, os frutos do sacrifício de Jesus, e isso é tudo.Certamente em nosso trabalho surgirão os frutíferos, os aliançados, aqueles que se unirão a nós em um propósito maior, mas nunca nos esqueçamos daqueles por quem Jesus também morreu.

sábado, 8 de novembro de 2014

Por que não a verdade?

Então Jesus o olhou com compaixão e lhe revelou: “Contudo, te falta algo mais importante.Vai, vende tudo o que tens, entrega-o aos pobres e receberás um tesouro no céu; então, vem e segue-me!”(Mc 10.21)

Ao ser perguntado por um jovem que ansiava por saber como herdar a vida eterna, Jesus lista alguns pontos da lei e mesmo antes que terminasse sua fala é interrompido pelo jovem que afirmava cumprir tudo aquilo; Diante disso, Jesus lhe mostra que algo lhe faltava; O jovem ao ouvir o que era retira-se triste, pois aquilo que lhe faltava era justamente o que ele não queria abrir mão.

Jesus nunca perdeu uma oportunidade sequer em seu ministério de falar aquilo que as pessoas precisavam ouvir, ou seja, a verdade.O evangelho é libertador se falado de acordo com as verdades e maneiras de Cristo e não as nossas.A bílbia ensina que a verdade é libertadora(Jo 8.32), não disse em momento algum que seria indolor, fácil de ouvir ou cômoda.O problema para muitos que ensinam a palavra do Senhor, principalmente líderes, é que por vezes nos vemos, constrangidos pela preocupação de como as pessoas receberão o que temos pra falar, nos preocupamos se elas gostarão, se não vão se magoar ou se vão embora.Jesus não tinha essa preocupação.O texto diz que Jesus o amou, ou seja, gostou da resposta do jovem, ela era verdadeira, e mais, era um jovem rico!Quantos de nós faríamaos como Jesus nesta situação?Quantos teriam coragem de não deixar seus sentimentos interferirem em seus julgamentos e falariam a verdade?
Talvez alguns pensariam:
Nossa!Ele é rico, quem sabe se eu conquistá-lo não pode ajudar em meu ministério?”
ou:
Ele é tão bem intencionado, não vou pegar pesado agora, com o tempo ele aprende e se liberta.”

NÃO!NADA DISSO!
Jesus amou o jovem rico, mas isso não o impediu de falar a verdade a ele.Quando, por qualquer motivo que seja, deixamos de tratar os discípulos, conforme a orientação do Senhor, estaremos fechando as feridas superficiais e deixando o seu interior doente, e isso mata!

A verdade é libertadora, não indolor , cômoda ou fácil de se ouvir.”

Jesus preferia ter aso seu lado homens libertos, mesmo que humildes, do que ajudadores oprimidos, presos por verdades não manifestas, e sujeitos a serem vencidos por aquilo que não foi tratado.Se aquele jovem não foi capaz de abrir mão das riquezas por aquilo que ansiava - a vida eterna - que valia ele teria então ao ministério de Jesus?Não falar a verdade no seu tempo é uma quebra de princípios, e toda quebra de princípios desestrutura fundamentos.

Precisamos, sempre, em qualquer circunstância falar a verdade para aqueles que nos ouvem.A verdade nunca é inoportuna e sempre cumpre a vontade do Senhor, não a nossa.Ela não precisa de complementos, pois é plena em si mesma e traz consigo efeitos mais eficazes do que qualquer ação nossa.
Aquele discípulo não obedeceu a orientação de Jesus, mas a verdade já o havia esclarecido.Nem sempre as pessoas nos ouvirão logo de início o que falaremos, mas a palavra do Senhor é mais eficaz que qualquer espada de dois gumes(Hb 4.12) e pode ser que no futuro as verdades semeadas se mostrem necessárias e nossos ouvintes a obedeçam.
Nem sempre poderemos prever como as pessoas reagirão diante de uma verdade ouvida, e nem sempre reagirão como esperamos, mas o que Deus espera de nos é que a falemos conforme a sua vontade.

Não falar a verdade aqueles que precisam, mesmo que os amemos, que sejam convenientes ou oportunos para nossos planos, é condená-los à queda.


O profeta que tem sonho conte a visão; e aquele que tem a minha palavra, pregue fielmente a minha palavra.Porquanto o que tem a palha com o trigo?”Questina o Senhor.(Jr 23.28)