Será
mesmo que quando falamos a famosa frase: “o que importa é
qualidade e não quantidade” isso não seja só mais uma desculpa
para esconder o nosso comodismo e indisposição para o trabalho em
relação as vidas que exigirão de nós mais trabalho?Jesus ordenou
sobre a grande comissão:
“Ide
por todo o mundo e pregai o evangelho A TODA
criatura...” (Mc 16.15)
Veja
que não há distinção, nesta ordem estão incluídos, os bons e
frutíferos(que todo mundo quer), os “ruins”(se é que existe
alguém ruim pra Deus), os flexiveis e os duros, os dispostos e os
indispostos, o disciplinado e o rebelde, e por aí vai...A qualidade
que tanto falamos em detrimento da quantidade é mesmo uma qualidade
nos padrões de Deus, ou no fundo, no fundo, não é o nosso
padrão?Qualidade da qual tanto falamos não seriam, na verdade,
aqueles que são úteis para nossos planos pessoais, em função dos
resultados que temos que apresentar para nossos líderes? Jesus nunca
fez acepção de pessoas, mas nós, em nosso falso padrão de
qualidade, fazemos.Ele disse:
“Vinde
a mim TODOS vós que estais...”(Mt
11.28)
Será
que os oprimidos, cansados e sobrecacarregados, que na maioria das
vezes, são pessoas que precisam de uma atenção muito grande, e que
a princípio não geram “resultados”, seriam pessoas que nós nos
atentaríamos?Ou será que eles não entrariam em nossos “padrões
de qualidade”?Será que a classe descrita em Mt 11 não seriam a
quantidade que Deus quer?
Pessoas
como o jovem rico(Mc 10), Nicodemos(Jo 3), Natanel(Jo 1) certamente
entrariam em nossas equipes, mas não entraram na de Jesus, isso
porque o discípulos “ jovens ricos “só permanecem até o
momento em que suas riquezas não são mexidas, os “Nicodemos”
só buscam à noite, pois durante o dia não se expõem, e os
“Natanaeis” duvidam quando a glória se manifesta nas coisas simples.
Qualquer
padrão de qualidade diferente do de Deus sempre será baixo, mesmo
diante das “conquistas” mais excelentes aos olhos dos
homens.Selecionamos pessoas que achamos mais propensas ao crescimento
e nos esquecemos das outras.Qualidade, não seria, nos padrões de
Deus, salvação dessas pessoas, enquanto para nós seria o quão
útéis essas pessoas seriam em nossos projetos pessoais?Não estou
falando de não termos pessoas capacitadas e qualificadas em nossas
equipes, pelo contrário, devemos ter, elas são importantes e
essenciais.; A questão aqui é se não estamos nos atentando só
para esses e esquecemos do cuidados com os outros.Uma excelente
equipe é essencial, mas não esqueçamos dos demais.
Sejamos
sinceros com o Senhor, vamor pedir perdão por nossa hipocrisia
disfarçada de qualidade e comecemos então a se importar com as
vidas, por aquilo que elas representam para o Senhor, e não baseados
em nossas próprias expectativas.
Quantidade
importa sim, importa para o Senhor, importa a quantidade de feridos,
perdidos, sobrecarregados e tantos outros que o aceitarão e serão
salvos, importa sim , porque foi pra essa quantidade que ele
morreu.Importa mesmo elas não tendo nada a oferecer a mim e a você,
afinal de contas, quem está exigindo algo delas?Jesus, ou seremos
nós?A única coisa que Jesus pediu a elas foi que se entregassem a
ele.Ele não exigiu frutos delas para serem aceitas em sua “equipe”,
nós é que muitas vezes exigimos, e isso acontece porque não
entendemos é que elas é que são os frutos, os frutos do sacrifício
de Jesus, e isso é tudo.Certamente em nosso trabalho surgirão os
frutíferos, os aliançados, aqueles que se unirão a nós em um
propósito maior, mas nunca nos esqueçamos daqueles por quem Jesus
também morreu.